Vagueia em mim negro vulto, sem sono.
Madrugada de veludo, que se descortina
em manto místico ; uma lua clara ilumina,
mas nada desvenda ,o siso em abandono.
Ah! É a Diva sonâmbula que nunca dorme.
Divaga os seus dons com olhos abertos...
e propaga sons, atros ruídos encobertos,
são segredos dispersos pelo breu enorme.
Misterioso desvario, um vento sem nome,
que vaga trazendo alento, depois é asfixia.
Amiga estranha; quase a dês-companhia.
Santa e vadia, ladina passeia a sua fome...
...sobre o insone que se atreve a desvelar.
Pousa na íris silhueta, cifra importuna tece
a tez noturna, delírios que no dia esquece.
Volta à noite, porque é hora de ressuscitar.
Rosemarie Schossig Torres
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