segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Diva Sonâmbula




Vagueia em mim  negro vulto, sem sono.
Madrugada de veludo, que se descortina
em manto místico ; uma lua clara ilumina,
mas nada desvenda ,o siso em abandono.

Ah! É a Diva sonâmbula que nunca dorme.
Divaga os seus dons com olhos abertos...
e propaga sons, atros ruídos encobertos,
são segredos dispersos pelo breu enorme.

Misterioso desvario, um vento sem nome,
que vaga trazendo alento, depois é asfixia.
Amiga estranha; quase a dês-companhia.
Santa e vadia, ladina passeia a sua fome...

...sobre o insone que se atreve a desvelar.
Pousa na íris silhueta, cifra importuna tece
a tez  noturna, delírios que no dia esquece. 
 Volta à noite, porque é hora de ressuscitar.

Rosemarie Schossig Torres

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