terça-feira, 27 de outubro de 2015

Quando As Margaridas Choram






Ah essa tristeza que lavra a poesia,
represa que eu não quero desbordar,
estancada sob o tapete da memória.
Em cima plantei um canteiro de flores.

E às vezes as margaridas choram...
Uma água que corre fora da estação.
Em pétalas perdidas vão as mágoas .
Voam pelo desvão do tempo passado.

Alegrias que destoam surgem súbitas.
Gravitam na atmosfera, cantos de ave.
Lenitivo suave que acolchoa a vereda.
Rasgo a seda da solidão e sigo adiante.

Rosemarie Schossig Torres