segunda-feira, 29 de abril de 2013

Versos E Cores




Quantos horizontes cabem numa mesma paisagem?
Uma colcha de retalhos, relva de veludo; céu de cetim.
Selva verde em dégradé; desabrocham azuis sem fim. 
Olhos se perdem para o sonho achar suas imagens...

E o cenário em quebra-cabeça embaralha linguagens.
O cinza faz chuá nas nuvens que antes eram alfenim.
Em cada quadrante do panorama um diferente jardim
Fragmentos de imagético tecido patrocinando viagens.

Que painéis são esses onde se irmanam tais visões?
Chegam delírios com seus pinceis, delineiam poesias.
Semeiam versos e cores, azeitam fluídos; sensações.

Um poema que corre nas veias (rendido) se contagia
Abraça novos matizes para minhas antigas emoções.
Dentro e fora se enlaçam felizes, suspiram harmonias.

Rosemarie Schossig Torres

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Como A Pena Ao Vento





Dormir com a lua e despertar com o sol. 
Ah! Pudera não fazer tantas perguntas...
Grandes questões já nascem defuntas,
afundam no canto do primeiro rouxinol.

E é tão fácil! Abrir as janelas para a vida.
Aspirar  seu raio de luz; plenos sentidos.
Escutar sua música; abertos os ouvidos.
O coração desperto, a alma embevecida.

Borrar os sisudos pontos de interrogação. 
Trocar por um sorriso lépido nos lábios...
Ao estrépido da rua fechar os alfarrábios.
E simplesmente aproveitar cada ocasião...

Sem porquês; pra que saber de onde vem?
Nada entender... existir como pássaro , flor.
Livre como a pena ao vento, seja como for...
Criança ressuscitada à deriva das nuvens.

Rosemarie Schossig Torres