quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Cores Quentes No azulejo Do Oceano


Desce ardente lava, fusão que esvai dos vulcões.
O mar azul desvanece; ondas agora são rubras;
coradas; sentem pejo de que o magma as cubra.
A cascata de lampejo ígneo arde aos borbotões.

Em jatos... Cores quentes no azulejo do oceano;
tintas vermelhas ressumam ;navio já é fantasma.
Centelhas, brumas de fogo, exalam mil miasmas.
Não há viva alma para chorar ao léu o desengano.

Um véu de fumo encarnado cinge todo o horizonte.
Tinge nuvens, são algodões embebidos de sangue.
Feroz cena estendida: do céu, terra até o mangue.
O aceso lume não desculpa nenhuma das fontes...

Daí esculpe no cenário flamas de um matiz unicolor.
Ave que se salvou por um triz agradece suas asas.
Pernas pra que te quero foram cair em covas rasas.
E já nada respira, chama não perdoa, nem faz favor.

Rosemarie Schossig Torres

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