Alta noite. Vizualizo em pequenas tochas Antares e Sírius.
Flores astrais que desabrocham na ribalta do céu luzente.
No cais da galáxia atracam luzes; parecem cadentes lírios.
Quisera saber como se colhe a estrela que cai de repente.
E... Penso que bom seria andar com os pés da imaginação.
Naquele quintal azul suspenso peregrinar por sua láctea via,
pra acordar do sonho trazendo a Aldebarã na palma da mão.
Com calma borda alucinação em minhas retinas essa utopia.
Sem pressa delineio sensações que sobem na pele em flor.
Anseio distinguir cada rincão sideral e esboçar luminoso atlas.
Então depois de percorrer todos os rumos num lisérgico torpor
traço o êxodo das adversidades reinventando a lua... Agora lilás.
Rosemarie Schossig Torres