Ergueu sua morada com uma trincheira de flores.
Apenas o vento vez em quando lhe fazia a guerra,
despetalando corolas, desmanchando suas cores.
Logo mudou o tempo, a chuva encharcando a terra.
Perto da barreira florida ergueu de barro o barracão.
Um humilde ninho para o inverno de folhas pálidas.
Cálido teto a sonhar primaveras, hibernar o coração.
Ao relento pétalas esvaiam, gota a gota, esquálidas.
Até que a natura deu corda no relógio e soou o alerta.
Veio a Aurora nova de rosto corado, revigorando ares.
A rosa bebê boceja entre espinhos. E tudo desperta!
Então, abriu as janelas, trinou os primeiros cantares.
Rosemarie Schossig Torres
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