Imersa na mente, à deriva em seus rodeios,
não faz falta alguma labirintos para se perder.
Olho a paisagem por dentro; há pouco a dizer.
Bem no centro de meu mundo eu me enleio...
De tanto sentir, as palavras são só migalhas.
Agora resta chafurdar na emoção que fervilha.
E a alma bebe afoita cada gole de sua vasilha.
Nada a falar no momento; o verbo atrapalha...
Sentimentos são mudos; sem voz, tudo é tato.
Coração sem escudos, despojado da couraça.
O corpo a um lado dormita, é apenas massa.
E a ânima gravita em seu universo... inexato...
...Enquanto o tempo agoniza, parece parar...
A poetisa se abstém, lira em sopor, suspensa.
O ar delira, oxigênio se detém na tarde densa.
Até o cérebro covarde dizer: é hora de voltar...
Rosemarie Schossig Torres
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