segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Visões De Açúcar




Lembro o céu limpo, nenhuma tormenta à vista.
Vejo a inocência, ilesa, em seu campo de flores.
Ternura sem ânsias ou temores, nada contrista.
Um balanço, ao vento,a alegria sem invasores.

Visões de açúcar vazam no ladrão da memória.
Asas da divina lembrança pairam sobre meu dia.
Dançam na mente os trechos felizes da história.
Eu deixo fluir esse fio, filamento de nostalgia...

...E escoa mel daquela candura que esfumou.
Inunda toda a minha alma;o fim da melancolia.
Fica amortecida a agonia que me amargurou.
Partes perdidas de mim revivo; a dor esvazia.

Mas o rio do tempo não para, água caudalosa.
Extravia a atmosfera em que suspirei encantada.
Guardo o riso na gaveta; retomo a via afanosa.
Outro dia piso novamente a senda açucarada.

Rosemarie Schossig Torres

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