Eu joguei as minhas pétalas ao vento.
Que essa
brisa não te assuste, amor...
São só anéis
para não perder os dedos.
E contra as
marés, nua, vou ao relento.
Lá
enfrentei, com muito tento, toda dor.
Entre
brumas, vi em cinzas os medos.
Uma por uma,
queimei minhas naves.
Não cabe
olhar prá trás; voltar passos.
Algo de mim
jaz, intacto, pelo caminho.
Abandonei a
carga; aos pés tato suave.
E deixo ao
rés do chão alguns pedaços,
com meu
aroma: loção de rosmaninho.
Partes à
terra vão... Bocadinhos de mim.
Outros
germinam; contingências da vida.
Agora
hiberno; a inconsciência do sono.
Entorpecendo;
sou do inverno... O jardim.
Fênix,
voltarei na primavera; renascida...
Novo ciclo:
verão e aí anemia do outono.
Rosemarie
Schossig Torres
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