A lua
exagera os seus dons de mistério...
Destemperam
os tons... De pernas pro ar!
Eu vou junto
e me governa o despautério.
Entre
neblinas da alma vejo velas no mar.
Desconheço
si se ilumina a escuridão...
Ou o breu
escurece a luz; sem explicação!
Os
estilhaços do meu espelho sugerem:
Existem
muitas mais dentro de mim agora.
Sonho tragou
o mundo, miragens ferem...
O que é
nítido agonizou à margem, lá fora.
Já nem sei o
que é reflexo, representação
e o que é
imagem; verdade ou dissimulação?
A superfície
declina, em coma no pantanal;
mar interno
subiu à tona, mostra a sua face.
Incerteza!
As brumas tomam conta do real...
Tudo é
espanto; às tontas busco o desenlace.
Vagando, eu
ainda não sei se vivo ou deliro...
Chão
esquivo; não há nenhum lugar seguro,
enquanto não
sair o sol, inteiro, de seu retiro.
Ainda quero
ver o luzeiro emergir do escuro.
Rosemarie
Schossig Torres
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