segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Neblinas Da Alma




A lua exagera os seus dons de mistério...
Destemperam os tons... De pernas pro ar!
Eu vou junto e me governa o despautério.
Entre neblinas da alma vejo velas no mar.

Desconheço si se ilumina a escuridão...
Ou o breu escurece a luz; sem explicação!

Os estilhaços do meu espelho sugerem:
Existem muitas mais dentro de mim agora.
Sonho tragou o mundo, miragens ferem...
O que é nítido agonizou à margem, lá fora.

Já nem sei o que é reflexo, representação
e o que é imagem; verdade ou dissimulação?

A superfície declina, em coma no pantanal;
mar interno subiu à tona, mostra a sua face.
Incerteza! As brumas tomam conta do real...
Tudo é espanto; às tontas busco o desenlace.

Vagando, eu ainda não sei se vivo ou deliro...
Chão esquivo; não há nenhum lugar seguro,
enquanto não sair o sol, inteiro, de seu retiro.
Ainda quero ver o luzeiro emergir do escuro.

Rosemarie Schossig Torres

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