A serra azul
que era verde, agora é parda.
Recados do
vento, campo afora, nefastos.
Ordenam sem
tento: Que o cerrado arda!
Pira
inapagável; esturricados seus pastos.
É brisa nada
afável, faz rimas com o fogo.
Em lufadas
arrasta chamas, deixa cinzas.
Nada a
afasta de seu alvo; nenhum rogo.
Ninguém está
salvo das flamas ranzinzas.
Calvo meu
monte, coberto pela poeira gris.
As chuvas
incertas, invisíveis no calendário.
Desbotados
verdes; esperança sem matiz.
Um sinistro
pintor borrou nuvens do cenário.
Sobrou a ave
lamentando seu ninho perdido.
A última
árvore de pé já não possui as ramas.
Queima o
panorama; a destroços foi reduzido.
Em alvoroço,
natureza em seu palco, reclama.
Rosemarie
Schossig Torres
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