Eu queria cicatrizes com amnésia, olvido,
para não lembrar a nevralgia das chagas.
Dói olhar prá trás; memórias... São adagas.
Talham, remoem histórias de tempos idos.
Fantasmas do passado arrastam correntes.
Avançam exalando ultrapassados desejos;
desfilam lembranças penadas num cortejo.
Em replay... Uma a uma contas pendentes.
É o ontem, me afronta sutil, olhando de viés.
Vejo no retrovisor, aquela infantil candura...
Sinto de novo o que ficou atrás da armadura.
São as águas pretéritas lambendo meus pés.
Mágoas, em marcha ré, voltam ao seu posto.
Encharco-me no vídeo tape de reminiscências.
Às avessas, que bom! O afável da existência,
vez em quando desenha o riso em meu rosto.
Rosemarie Schossig Torres
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