Em minha reclusa alma invernal
hibernam quietinhas as palavras.
Um silêncio de luto; pouca lavra,
onde se apoucam ideias sem sal.
Feito as loucas ninfeias do olvido
(não sabem a água onde nasceram)
odes abnegam a fonte que beberam;
segam a poesia que poderia ter sido.
Por seca via corre o fio da inspiração.
A poetisa teme se já não morre o rio,
mas ainda sustenta o leme do navio,
que leva lento um lampejo de criação.
Rosemarie Schossig Torres
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