Desse tal relógio! Pouco ou nada sei.
O tempo ao contrário me sabe bem...
Furta-horas, salafrário como ninguém.
Em conta-gotas perco o que já passei.
Mas a labuta das manhãs eu conheço
E aquela modorra buliçosa das tardes!
Não conto os minutos, nem faço alarde.
Dias passam num calendário travesso.
Folhas que esvoaçam num afã diário...
lá no varal a roupa dança com o vento.
Há poemas inéditos nesse movimento,
que por enquanto são só imaginários...
À noite reparto sonhos com fantasmas,
num videotape dos momentos felizes.
Sobrevivo entre ausências e cicatrizes.
Empresto fôlego á alegria com asma...
Rosemarie Schossig Torres
Nenhum comentário:
Postar um comentário