sábado, 9 de agosto de 2014

A Última Chamada


Idioma de pássaro itinerante, vaivém ao vento.
Canto de sol e de chuva, avaro em conjunções.
A voz clara, sem nuvens, dá carona às canções.
Trilha sonora da silente borboleta, doce acalento.

Esvoaçam trinos lentamente na tarde, encantada,
pois o dialeto prende...Clarividente aos sentidos,
ponteiam no crepúsculo, sol menor, estremecidos.
Anunciam sem palavras o ocaso, última chamada.

Apenas entoam as aves e já sei de cor a sinfonia.
Conjugo percepções vaporosas, ausentes as falas.
Impressões livres de gaiolas e despidas de galas...
Concerto em cores, despedindo-se de mais um dia.

Escuto, maravilho; sinto simplesmente, até danço.
Estribilhos que provocam as mil primaveras de mim.
Evocam sorrisos, alegorias, metáforas de alfenim.
Já silenciam cantorias,a noite convida ao descanso!

Rosemarie Schossig Torres

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