A morte semeia seus abrolhos, tudo inverna.
Fecharam teus olhos; pernas em prostração.
Até as horas (de chumbo) pararam... eternas.
Entristeceu a primavera, o pássaro, a canção.
O tempo prende o fôlego, solidário, desespera.
Nem pulsa o relógio; em suspenso os corações.
No céu, o ar pára; as emoções destemperam...
...em cascata, num escarcéu, aos borbotões...
Agora só ouço o desalento com seus estrépitos.
A esperança foi com o vento para um outro lugar.
Alegrias proscritas deixaram os risos decrépitos.
E eu já nem sei Amor, onde posso te encontrar.
Aquele mundo que era nosso virou pretérito...
Afogada em tristezas me especializo em elegias.
Abraços vazios, olhos perdidos, sigo o inquérito:
Aonde estás? Em que lua?Só me resta a poesia.
Rosemarie Schossig Torres
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