terça-feira, 10 de junho de 2014

AVE SEM ARRIBAÇÃO



Mundo! Um quintal de fugazes visões.
Vendaval; fogem dos olhos, batem asas.
Qual um verso vulgar, com idéias rasas,
passa por mim, vai a outras imaginações.

Roto quebra-cabeças, as cores esvaem.
Logo vem se instalar diferente cenário...
Retinas se re-encantam, quadro vário,
é fotograma frágil, as suas peças caem... 

...No olvido, pois surge um novo retrato.
A minha vida: paisagens em circulação.
Tenho o destino da ave sem arribação,
que perdeu seu rumo, num vôo inexato.

Rosemarie Schossig Torres

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