quinta-feira, 24 de novembro de 2011

À Verdade Sem Subterfugio









                                                         
Uma brisa estranha entra na janela interior.
Vem e espalha por meu pequeno universo
tudo o que colheu além, pelo léu, disperso.
Um cicio, vozes, o aroma de misteriosa flor.

E folha a folha abre o meu livro esse vento.
Nascem centos de finas páginas, ilegíveis,
linhas táteis; aí vou tocar pontos sensíveis.
Emoções de gás que brotam de momentos.

Mínimas porções... Filamentos que sentem!
Um vaivém de novas sensações, sementes,
dos futuros gestos, amores; a ânima silente.
Luas manifestas em meu jardim se refletem.

... Chegam aqui neste lugar, o último refúgio,
aonde finda todo o corpo e principia a alma.
Meu derradeiro limite entre o dentro e o fora.
Aqui me entrego, à verdade sem subterfúgio.

Rosemarie Schossig Torres

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