Quero bem amplo o horizonte.
Abro todas as minhas cortinas...
Ao sol os segredos das esquinas.
E está sem brumas o meu monte.
Tenho meus corredores iluminados.
O ar desfazendo queixas inaudíveis.
Desvio dos muros intransponíveis.
Todos recintos livres e ensolarados.
Nada de fantasmas vivendo conosco.
A verdade clara entre nós, reverbero.
O nosso amor num caminho sincero,
sem trastes mofados em espaço fosco.
Mas uma hora as cortinas se fecham.
E a casa com sua vida: fauna e flora,
estão a sós, sem interferências de fora.
Surgem sussurros que cantos guardam.
Resta fazer amizade com suas criaturas.
Habituar-me a seus cochichos sombrios.
Adaptar os ouvidos aos obscuros cicios.
E entre claro e escuro caminhar segura.
Rosemarie Schossig Torres
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