O vento sopra e me segreda aos ouvidos,
com um suave acento: És filha do mar...
E o corpo responde: a praia é o meu lar.
No torpor a brisa ateia desejos incontidos.
O sol incendeia, junta calor, faz estribilho.
Dou asas ao sonho de um dia ser sereia.
Componho quadros; pinto ilusões na areia.
Sinto o aroma das imaginações que trilho.
Céu e chão, em duo, propagam o devaneio,
que as ondas, num bramido, contando vão;
fazem rimas com a espuma, viram canção.
Pena que já se esfuma no ar; vai como veio.
Rosemarie Schossig Torres
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