Sou equilibrista de bengala.
Por uma corda bamba oscilo.
Quando a vida é alça sem mala,
peço as lágrimas do crocodilo.
Mato cada dia o tempo perdido,
resgatando velhas idéias do limbo.
Escrevo textos dedicados ao olvido,
que caducam com o meu carimbo.
Nas horas em que foge a decisão,
invisto no cara ou coroa acabrunhada.
Afogo no mar da dúvida; irresolução.
E acabo sempre ancorando no nada.
Lugar ao sol; quero fugir do abandono;
desfrutar da boa companhia, colo macio.
Mas na hora do bem bom, caio no sono.
E quase sempre desemboco no vazio...
Rosemarie Schossig Torres
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