Nos umbrais da liberdade Falena se detém.
Fada de asas quase diáfanas, bem pequenas,
para tantos ventos avessos trazendo nuvens,
que a fresta anuncia, aparência nada serena.
Pára o tempo, átimo de agonia e perplexidade.
Ah! Luz arrebatadora, cega os olhos e alucina,
trafega pelas pupilas cheias de ansiedade...
Sorrateira faz tremer a sua figura de bailarina.
Já cansou de estar protegida, pairar na vidraça
ao lado flores de plástico e cômodos desbotados.
De bom grado ela escaparia, ganhando a praça
nas graças da brisa com o coração acelerado...
Indecisa olha outra vez pela janela entreaberta.
Verdes e laranjas, bailam, eclipsando a visão,
esbanjando coloridos; sua borboletice desperta
e num rompante alça voo e ganha a amplidão...
Rosemarie Schossig Torres
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