Que rara manhã! quero-queros silenciosos
e entre pombos ociosos rondam os carcarás.
O sol mostra no céu o seu alvará de soltura,
depois se esconde atrás de moitas de nuvens.
Nenhum sinal responde aos gritos das araras,
que passam raspando na linha do horizonte...
Aquela avezinha cinzenta até parece colorida
no solo sem aquarela de troncos incendiados.
Amanhecer mais sem noção! Tanta preguiça
em dia pedindo vigor, enguiça as engrenagens,
espalha torpor...talvez seja esse calor de verão
e ainda nem é primavera! Aonde vamos parar!
Rosemarie Schossig Torres