Eu espreito os pequenos perigos que me rodeiam.
São venenos tão amenos, que parecem remédios,
toxinas do tal cotidiano vão infectando com tédio...
Todos os meus planos e braços já não os enleiam.
Espio os passos dos contratempos chegando perto.
Velhos inimigos, ameaças rotineiras sempre iguais.
Não matam a hospedeira, mas entristecem demais.
Tecem redes, estrangulam a alegria, vira deserto...
...a esperança de escapulir desse labirinto de papel.
Quisera eu decifrar tal torre de babel ao rés do chão,
o tapete que transporta meus pés rumo à desilusão.
Coração bate em falsete, um descompassado tropel.
Mas vou vigiando esse anão que se agiganta, é água,
tanto bate até que fura o desejo de escapar da apatia.
Já arquiteto a ação de despejo para expulsar a arrelia,
dejeto estorvando o caminho e distribuindo mágoas...
Rosemarie Schossig Torres
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