Vejo em um jardim sideral,
a radiação de misterioso astro.
Estrela voraz, luz mortal;
admiro seu eclipse de alabastro.
Quero os chafarizes brilhantes,
gêiseres de ácido, sulfurados,
de alegria fugaz, diamantes,
queimando os olhos, ofuscados.
Navego pela abóbada celeste
de planetas ermos
e visito o deserto agreste,
lar de duendes enfermos.
Neste mar morto,
campo santo de tíbias e caveiras,
ossuário de piratas; último porto,
ancoro meu coração sem fronteiras…
E compartilho taças de peçonha acre
com fantasmas de idéias;
sonhos extintos num massacre,
quimeras feridas, cheias de morféias.
Vagueio por uma galáctica nação.
A multidão me ignora.
Prefiro a companhia da solidão,
amiga, que me adora.
Rosemarie Schossig Torres
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