Quando abrirem meu coração
um baú por certo que acharão;
arca de emoções até a tampa,
umas cristalinas;bela estampa...
Fiapos de momentos, em versos;
relógio marcando tempo submerso.
Verão uma caixinha de lágrimas,
poças de desolações, lástimas...
Mas também encontrarão alegria,
cascateando , fora de hora; euforia.
É o músculo bombeando meu riso,
já congelando, chocalho sem guiso.
Peço a quem ver-me peito aberto,
muito respeito, a alma está perto.
Não rias de minhas pieguices...
do tango triste; das esquisitices.
Remexendo no meu tique-taque
irão achar jóias e badulaques,
que para mim são preciosas.
Não cometam ações acintosas...
Pois no fundo verão num cristal
a própria face, humana, banal!
Rosemarie Schossig Torres