segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Oficio Da Poesia

No vendaval dos meus tropeços
pedra chega antes que o caminho.
Assisti a sorte virando do avesso.
Busquei a saída; achei o espinho.

Procurei nas metáforas um alento.
Palavras bonitas que diminuíssem
a dor, mitigassem meu sofrimento.
Se as alegorias por mim sentissem!

Em palavras troquei cada aflição.
E mil sinônimos criei para agonia.
Trocando os nomes da emoção,
me distraí no atalho; quem diria!

E o tempo na ampulheta escoou.
Foge dos meus pés o precipício.
Ainda não sei o que me salvou.
Mas fiz da poesia o meu ofício.

Rosemarie Schossig Torres

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