segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ÁCIDO AÇÚCAR






A vida me brinda drinques de fel.
Osculo suas taças; acerbo absinto
vaza das horas; bebo o coquetel,
e já no ácido açúcar eu pressinto.

Intercaladas aos dias de angostura
acho tréguas de mel nessa mistura.

Tempo passa alternando paladares.
Sou a marionete; a anã do picadeiro.
Recebo o beijo, o tapa; todos os ares.
Após as flores, à socapa, o espinheiro.

Segue o cortejo aleatório; a aventura
de estar viva, festejo, até com agruras.

Rosemarie Schossig Torres

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