quinta-feira, 25 de março de 2010

Penélope Quase Andrajosa

Sombras! Minha alma ficou no escuro
e percorri nas trevas um bom pedaço.
Cheguei ao lugar onde acaba o futuro.
Vi a caveira do porvir; face do fracasso.

Já não havia saída. Só um muro.
Transborda do meu copo o cansaço.
Sua gota de água e sal: líquido puro,
lava a face e a dor afrouxa seu laço.

Por pouco a tempestade vence o jogo!
Pequena esperança acende seu fogo.
Um tempo amigo agora sopra a favor.

Penélope quase andrajosa. Juntei os trapos.
Os fios refaço, já costuro meus farrapos.
Ainda erma e combalida, recupero a cor.

Rosemarie Schossig Torres

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