segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Miragens Do Coração




Eu ressuscitei na hora errada.
Enganaram-me sons da madrugada.
Nem beijo; nem sopro das musas.
Cicios dispersos na viração difusa.

Ouvi rumores de sonhos perdidos
afagando, sem parar, os meus ouvidos...
Foi eco do vento, que ainda murmura.
Sons antigos, do passado. Caricaturas.

Seriam talvez miragens do coração!
Que inventou as vozes na cerração,
para assim, decompor sob a bruma,
toda a minha dor em branca espuma.

Entre ilusão e vigília eu sigo a estrada.
O trajeto hesita entre pedra e almofada.
Então, pelo hábito da força: pelejo...
E pela ânsia de sonhar: ainda voejo.

Rosemarie Schossig Torres

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