Lá vem a bela rosa, de pétalas, bem cingida.
Toda prosa, o anel de gotas rubi num abraço.
E à sua volta os espinhos; fel fazendo laços.
Mas o vento vem, suga o seu vinho, sua vida.
Despetalada e daquele rubro colar despida...
Descubro a corola calva, saia feita em pedaços.
E rolam os pontos vermelhos soltos no espaço.
Inúteis os agudos acúleos, nenhuma ferida...
...Fizeram na brisa, que segue por aí valsando,
com os restos da flor...Pingos que voam à toa...
Que vão prestos pra longe do jardim, adejando.
Então fico pensando nessa rainha sem coroa...
Nua, às vésperas de uma primavera, finando,
como o amor que mesmo antes de ser já enjoa.
Rosemarie Schossig Torres
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