segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Poeta E A Lua




O poeta em sonho breve,
ao olhar triste a lua,
em sua face de neve
 vê bela musa toda nua...

Suspira evocações prateadas.
Em seus olhos bóiam brumas.

Diva no meio do céu
vestida de luminescências;
envolta em esgarçado véu;
nuvens de gaze e transparências.

Transpira aura diáfana a madrugada,
que a musa convoca e logo ressuma.

Seu coração, então vaga.
Vai inventando amores...
E a mente, junto, divaga.
Imagens puras; sem cores.

Respira devaneios em baforadas,
que a noite sem estrelas perfuma...

E o bardo lamenta a distância
de sua musa clara, transparente.
Quisera ser ele uma fragrância;
envolver o corpo luminescente.

Lira de transparências rimando; vem a alvorada.
O poeta guarda a musa num véu que não esfuma...

Rosemarie Schossig Torres

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