sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Poema Bisonho




Nas entrelinhas das horas banais,
crepitam os momentos perdidos.
Gritam à espera de serem ouvidos.
Mas só tocam trilhas incidentais.

É música anã e quase inaudível;
sons que se movem em segredo.
Às vezes pareço tirar do degredo
a partitura em surdina; invisível.

Tento mudar esse anônimo canto.
E o corriqueiro; quero a harmonia;
poetizar a poeira, versificar agonias
e virar o disco que eu já ouvi tanto.

Assim escrevo esse poema bisonho.
Para que raie sol menor; desacorde.
Enfim, que consiga afinar os acordes,
e sigam de acordo com meu sonho...

Rosemarie Schossig Torres

Nenhum comentário:

Postar um comentário