De asas rotas, ambiguo Serafim.
Foi cair justo no meu jardim,
ao tropeçar na cauda de um cometa.
Tem mais dilemas que fé na maleta.
E agora eclipsa nossa mente
com o seu mirar demente.
Querubim, auréola de metal,
decaído e hoje é mortal.
Possui coração falso, de resina
e uma voz de sereia, que alucina.
O sorriso é enigmático, de pintura.
Mona Lisa que saiu da moldura.
Serafim banido, exilado.
Imperfeito e desastrado.
Não é deste mundo...
Seus olhos arregalados e fundos,
vêem tudo, não entendem nada.
Nosso planeta é sua charada.
Anjinho travesso. Fugiu do céu,
pois no Édem armou um escarcéu.
Tudo porque não crê no inferno.
Duvida da perfeição e do eterno,
desconhece o que seja pecado.
Por isso se sente tão deslocado.
ainda procura o Paraíso.
Vai aonde for preciso.
Como não pode mais voar...
Minha casa já é o seu lar.
Rosemarie Schossig Torres
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