sábado, 4 de outubro de 2014

Entre Desvelos E Dó


Ah se essa ira que sinto ao mirar o horizonte
queimasse, seria chama contra fogo ardente.
Mas já há furor demais nas labaredas quentes,
que arrasam a terra e destroem o meu monte.

Então me dá uma pena imensa, os olhos doem 
ao ver os escolhos nus, em cinzas a vegetação,
aves sem seus ninhos guincham, desesperação!
Pensamentos compungidos o coração remoem.

Em vez de raiva: uma oração e me tranquilizo...
O vento se ergue qual canção, leva apelos e pó.
Fico fitando a poeira negra , entre desvelos e dó,
vou mãos à obra, apago o ódio, acendo sorrisos.

Rosemarie Schossig Torres

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