domingo, 6 de outubro de 2013

Labirinto De Papel




Eu espreito os pequenos perigos que me rodeiam.
São venenos tão amenos, que parecem remédios,
toxinas do tal cotidiano vão infectando com tédio...
Todos os meus planos e braços já não os enleiam.

Espio os passos dos contratempos chegando perto.
Velhos inimigos, ameaças rotineiras sempre iguais.
Não matam a hospedeira, mas entristecem demais.
Tecem redes, estrangulam a alegria, vira deserto...

...a esperança de escapulir desse labirinto de papel.
Quisera eu decifrar tal torre de babel ao rés do chão,
o tapete que transporta meus pés rumo à desilusão.
Coração bate em falsete, um descompassado tropel.

Mas vou vigiando esse anão que se agiganta, é água,
tanto bate até que fura o desejo de escapar da apatia.
Já arquiteto a ação de despejo para expulsar a arrelia,
dejeto estorvando o caminho e distribuindo mágoas...

Rosemarie Schossig Torres

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